Não mate o seu negócio com KPIs

Métricas! KPIs! Adoramos!

Mas precisamos saber usar, ou vamos matar nossos negócios. Não basta entender a matemática por trás deles: é preciso saber combinar a matemática com sistemática de gestão e, muitas vezes, com boas tecnologias digitais.

“De boas intenções, o inferno está cheio”

Pode-se argumentar que tudo o que fazemos sempre é com a melhor das intenções, ao menos em relação a nós mesmos. Bom ou ruim depende da análise do contexto e de qual é a referência. 

Se a gestão define metas quantitativas e torna o trabalho das pessoas dependente de atingi-las, elas provavelmente irão – mesmo que tenham que destruir a empresa para isso. – W. E. Deming, citado em Eliminate Slogans, Exhortations and Targets (2016) – deming.org

E foi exatamente isso o que quase aconteceu em uma gigante da indústria brasileira com a meta de performance de setup dos equipamentos.

Nesta empresa, o atingir a meta de performance de setup pelos operadores, e a performance em mais alguns indicadores, resultava em uma premiação com bonificação ao final de cada trimestre. No final do ano, ainda havia uma segunda premiação, com um prêmio ainda melhor.

Mas após o início deste modo de trabalho, com este incentivo, algo “estranho” começou a acontecer:

  • Cada vez mais, os setups, antes problemáticos, passaram a estar sempre dentro da meta de performance de 95%. 

Interessante efeito.

Seria este um milagre?

O resultado de um time extremamente competente e dedicado?

A ideia da liderança havia sido excelente?

Ou seria o caso de seres humanos fazendo aquilo que fazem de melhor: adaptar-se ao sistema para conseguir sobreviver nele?

A equipe de gestão então começou a avaliar se os ganhos extraordinários eram reais ou não, e não houve surpresas. Foi descoberto que, em vários dos casos, houve tentativas de burlar a métrica. A operação estava, com frequência, apontando que o setup havia sido concluído dentro do tempo padrão, e o apontamento de problemas era lançado em uma outra categoria de perda.

Quem foi o Sherlock Holmes da história

A empresa, que escolhia o Overall Equipment Effectiveness (OEE) como um de seus indicadores, percebeu que apesar do milagre nos setups, não havia um aumento no OEE.  

O OEE é um indicador gerado a partir da multiplicação de três índices – Disponibilidade, Performance Operacional e Qualidade, com o objetivo de demonstrar qual a porcentagem do tempo disponível de um equipamento que está sendo utilizada para produzir valor. De forma simplificada, seu cálculo é o seguinte:

OEE = TVA/TD 

Onde TVA é o Tempo de Valor Agregado e TD, o Tempo Disponível.

Como os apontamentos de problemas estavam apenas mudando de categoria de índice dentro da análise do OEE, não havia aumento no TVA, tornando explícito que havia algo de errado com a melhoria na performance dos setups.

E para perceber e buscar resolver isso de forma ágil, foi fundamental contar com o acompanhamento do sistema da COGTIVE. 

O indicador de performance de setup do sistema da COGITIVE mostrando que algo suspeito estava acontecendo.

O que você pode fazer para resolver (ou evitar) uma situação dessas?

O centro do problema está no fato de que a liderança não foi capaz de enxergar as árvores e a floresta, e enxergou somente os galhos: faltou pensar sistemicamente sobre o problema.

Isso fez com que a questão da performance dos setups fosse analisada de forma unidimensional, praticada através de somente um incentivo, e sem uma sistemática que apoiasse o comportamento realmente adequado e/ou verificasse corretamente o impacto de um indicador em outro. 

Mas resolver isso ficou muito mais fácil ao terem as informações necessárias da forma mais prática. 

Foram duas mudanças:

  • Com os relatórios da COGTIVE em mãos, os gestores passaram a praticar reuniões rápidas diárias com a equipe, no início do dia, para conversar e avaliar a performance do OEE e a situação dos setups. Incorporar esse hábito do uso dos relatórios do sistema reduziu drasticamente os apontamentos indevidos;
  • Uma segunda correção foi feita por meio da alteração do método de bonificação, ao atrelarem outros indicadores ao da performance do setup. Um deles foi o chamado OEE Efetivo sem Setup – um indicador difícil de ser calculado, mas que a COGTIVE consegue gerar instantaneamente. Este indicador mede o OEE sem o impacto de paradas que não dependem exclusivamente do equipamento ou do operador (como por exemplo, paradas aguardando programação, paradas aguardando etapa anterior ou posterior), fazendo com que a medição seja mais coerente com o objetivo definido. Isso permite, por exemplo, projetar quantos setups seriam previstos dentro de um determinado volume e/ou mix de produção demandado, e a criação de um valor equivalente entre linhas contínuas e linhas que produzem por batelada.

Como complemento, a redução no tempo dos setups também passou a ser de responsabilidade da gestão, para que esta trabalhasse na melhoria em conjunto com a operação, que tinha o compromisso de seguir os tempos padrão como referência.

Como você deve ter percebido, fazer o uso do incentivo correto, com a informação adequada, foi um dos elementos chave para que o time conseguisse aprimorar o modo como pretendia aumentar a performance dos setups. E este foi um caso onde abordamos apenas uma das necessidades de um tipo de atividade específica:

  • Este efeito pode estar acontecendo em muitas outras situações de gestão de indicadores na sua empresa.

E isso consome tempo e dinheiro seu e das suas equipes.

Então, não desperdice a chance de ter o real potencial da sua indústria com a solução para a máxima performance no chão de fábrica da COGTIVE. Saiba mais sobre a solução clicando aqui.

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