O setup de máquina é uma tarefa essencial para garantir o mix produtivo no chão de fábrica. O tempo em que o equipamento fica parado para a regulagem é uma preocupação de qualquer gestão, já que reduz o tempo produtivo disponível. O SMED é um método que vem para solucionar esse desafio e acelerar a configuração de máquinas.
Entender o que é o SMED e como aplicá-lo é essencial para uma gestão industrial eficiente e enxuta. Esses tipos de métodos foram desenvolvidos para estruturar e guiar processos diários, garantindo que as demandas sejam entregues e resultados alcançados.
Neste artigo, vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre o que é SMED, seus benefícios e como colocá-lo em prática no contexto da sua fábrica. Boa leitura!
O que é SMED?
SMED é a sigla em inglês para Single Minute Exchange of Die e pode ser traduzida livremente para Troca Rápida de Ferramenta. Seu conceito é simples e se trata de um método para agilizar o processo de setup de máquina, separando a tarefa em duas instâncias: interno e externo.
O interno são aquelas etapas que precisam ser executadas na máquina, demandando a sua parada para a realização. Enquanto a externa são as etapas que podem ser concluídas com a máquina ainda em funcionamento. A ideia é tornar o máximo de tarefas possível para o setup externo, de forma que o equipamento fique parado pelo menor tempo possível.
A metodologia do SMED foi desenvolvida pelo consultor e engenheiro japonês Shigeo Shingo em meados da década de 1980, como complemento do sistema Toyota de produção. Dada a sua efetividade, foi compartilhada e implementada rapidamente entre indústrias ao redor do mundo, tornando-se referência no mercado.
Como o SMED funciona na prática?
Pela sua maneira de construção, o SMED é recomendado que seja em organizações em que os tempos de setup sejam significativamente longos. Caso esteja abaixo dos 20%, outras ferramentas e métodos podem ter mais efetividade no aumento da disponibilidade de equipamento.
Antes de iniciar o SMED é preciso entender o potencial produtivo existente na fábrica, que pode ser acessado por meio do OEE. Isso porque é preciso ter também indícios de que os setups estão causando impactos negativos na operação. Tomadas de decisão com base em dados tendem a ser mais sólidas e chegarem nos resultados esperados.
- Identifique o funcionamento do setup usado atualmente;
- Analise o desempenho deste setup;
- Analise e aplique as melhorias necessárias no setup interno e externo;
- Faça os testes necessários no novo setup;
- Padronize o novo setup para ser replicado nas outras máquinas da fábrica;
- Proponha as novas metas de desempenho a serem alcançadas.
Como aplicar a metodologia na sua fábrica?
Como vimos, o SMED é simples de ser implementado, por outro lado, demanda organização e sincronia entre as equipes para que o projeto seja executado do início ao fim.
De forma geral, as etapas do SMED incluem:
- Escolha a equipe e a máquina piloto: um projeto de SMED exige a participação de diferentes equipes disciplinares para elaborar planos de ação mais eficientes. É importante que todos os envolvidos tenham um conhecimento profundo da cadeia produtiva da fábrica, afinal o objetivo é garantir eficiência e economia. A máquina escolhida deve ser um gargalo dentro do processo, a fim de gerar resultados que sejam relevantes. Além disso, o histórico de setup na máquina deve estar disponível para ser consultado e comparado conforme o SMED for implementado. Importante ressaltar que a aplicação do método não deve ser longa a fim de não gerar excessos e gasto desnecessário de tempo tanto da equipe quanto no equipamento.
- Identifique, meça e registre os elementos do setup: o processo deve estar registrado e disponível para a consulta, tanto dos envolvidos quanto para o operador que trabalhará na máquina. Repassar pelas etapas atuais permite identificar rapidamente o que pode e deve ser mudado para alcançar os resultados do SMED. Mesmo que o setup já esteja padronizado, deve ser revisto para aproveitar oportunidades de melhoria. Faça a análise dos dados para entender o que funciona e o que já não faz sentido e precisa ser alterado ou mesmo retirado da lista de tarefas do setup.
- Classifique setups externos e internos: observe nas tarefas e etapas executadas atualmente no setup o que faz é interno e o que é externo, ou seja, o que é realizado com a máquina parada ou em funcionamento.
- Converta elementos internos em externos: o objetivo do SMED é tornar tudo o que é possível em setup externo, diminuindo o tempo de parada do equipamento. Por isso, aqui devemos pensar em possibilidades para transformar uma etapa interna em externa. Um exemplo, é a preparação ferramental que pode ser feita com a máquina ainda em funcionamento, mas que é muito comum o operador parar a máquina e somente em seguida pegar as ferramentas que precisa para a regulagem.
- Elimine, simplifique e reduza o tempo das tarefas: faça a análise de todas as etapas e verifique se existem meios de simplificá-la para ser executada em menos tempo. A prioridade é garantir o custo financeiro e de tempo de cada etapa, além do benefício que está trazendo para o setup. A partir daí, construir uma nova padronização de setup, de preferência com a ajuda de tecnologias específicas que digitalizam de ponta a ponta e permitem maior controle da função.
A padronização do novo modelo de setup de máquina pode ser feita usando o Smart Setup da Cogtive. Todo o processo é digitalizado e documentado para ser facilmente disponibilizado aos gestores e operadores. A plataforma inclui detalhamento de etapas e tarefas, e ainda materiais de apoio que auxiliam na melhor execução da regulagem. Os resultados podem ser comprovados pelo relatório de ramp-up, com um comparativo da primeira e segunda metade da produção do lote após a implementação do setup.
Quais os benefícios do SMED?
Como pudemos ver ao longo desse artigo, o SMED tem como principal benefício a redução dos tempos de setup de máquina, aumentando sua disponibilidade e capacidade produtiva. Vale destacarmos alguns outros benefícios que farão a diferença na gestão da fábrica.
- Redução dos custos de operação: quanto menos tempo parada, mais tempo a máquina pode produzir e atingir todo o seu potencial, evitando desperdícios.
- Atendimento dos prazos de entrega: manter o fluxo produtivo enxuto e eficiente garante que os prazos de entrega sejam respeitados e multas por atrasos evitadas.
- Maior volume de produção: com as máquinas operando mais próximas da capacidade máxima, é possível garantir uma entrega maior de produção.
- Facilidade na elaboração de um mix produtivo mais variado: setups padronizados permitem operar com mais flexibilidade frente à mudança de demanda, as equipes de PPCP podem alterar o mix produtivo para entregar diferentes produtos dentro do turno e em uma mesma máquina.
Ao longo desse artigo, você pode entender um pouco mais sobre o que é o SMED e como esse método pode auxiliar uma produção contínua. A otimização do processo de setup de máquina gera benefícios ao longo de toda a cadeia produtiva, como economia de tempo, recursos e flexibilidade para garantir a entrega da demanda planejada. Esse é um processo que pode ser aplicado mais vezes, visando a melhoria contínua da operação. E a Cogtive pode ser ferramenta essencial para auxiliar nesse processo.
Continue acompanhando os conteúdos do blog da Cogtive para se aprofundar sobre este e outros temas da indústria de manufatura.