Imagine uma linha de produção que só fabrica o que o cliente realmente precisa, no momento certo e na quantidade exata. Parece eficiente, não é? Esse é o princípio da produção puxada, um método revolucionário que está transformando a maneira como empresas de diversos setores operam.
Diferente dos sistemas de produção empurrada, que produzem em larga escala com base em planos de produção, a produção puxada funciona através de um sistema de reposição baseado na demanda efetiva. Ou seja, é o cliente quem “puxa” o processo com base no volume de estoque, evitando excesso de produção e desperdícios.
Se você já se perguntou como reduzir custos e aumentar a agilidade na produção, continue lendo! Este conteúdo foi feito para quem quer entender, de forma simples e prática, como essa abordagem pode revolucionar negócios. Vamos lá?
O que é produção puxada?
A produção puxada é um sistema de gestão de produção que se baseia na demanda real do cliente para coordenar a fabricação e o fornecimento de produtos.
De maneira resumida, esse modelo funciona como um “supermercado”: você só repõe a prateleira quando a mesma atinge um ponto de disparo, que representa um sinal para voltarmos a produzir aquele produto. Essa “prateleira” é dimensionada para cada produto levando em consideração Lead Time e suas variações, variação de venda, intervalo de programação, sem contar com a demanda efetiva do produto. Aqui também leva-se em consideração o nível de estoque disponível, que costuma ser menor em comparação a outras formas de produção.
A partir daí, cria-se um dimensionamento da produção dentro da demanda recebida. Isso permite equilibrar o mix produtivo dentro da fábrica, facilitando produzir diferentes tipos de produto sem gargalos causados por paradas de setup.
Principais características da produção puxada:
- Produção sob demanda: A fabricação é iniciada apenas quando há uma solicitação concreta do cliente, levando a uma redução de estoque, disparo do ponto de reposição e necessidade de criação de uma nova Ordem de Produção
- Estoques dimensionados por produtos: Busca-se manter os níveis de estoque dentro do dimensionamento necessário, sem faltas ou excessos, levando em consideração, é claro, a curva de importância do produto na empresa. Não existem necessidades de cobertura baseado na imaginação da alta gestão, e sim através de um método robusto de cálculo por SKU.
- Fluxo contínuo: As etapas de produção são organizadas de forma que os materiais e informações estejam facilmente visíveis e conectadas, facilitando a visualização de gargalos e evitando longos tempos de espera.
Em resumo, a produção puxada é uma abordagem centrada na demanda real, que busca eficiência e alinhamento com as necessidades do mercado, contrastando com o modelo de produção empurrada, baseado em previsões e produção antecipada. Essa estratégia contribui para a redução de desperdícios, melhoria na qualidade dos produtos e maior satisfação dos clientes.
Qual a diferença entre produção puxada e empurrada?
A diferença fundamental entre produção puxada e produção empurrada reside na forma como a produção é iniciada e gerenciada em relação à demanda dos clientes.
Produção empurrada: Neste modelo, a produção é baseada em previsões de demanda futuras. As empresas fabricam produtos antecipadamente, criando estoques para atender às expectativas de vendas. Esse método busca garantir que os produtos estejam disponíveis para pronta entrega, mas pode resultar em estoques excessivos caso as previsões não se concretizem.
Comparação entre Produção Empurrada e Produção Puxada:
| Aspecto | Produção empurrada | Produção puxada |
| Início da produção | Baseado em planos de produção | Baseado em pedidos reais dos clientes |
| Gestão de estoques | Produz para estoque, podendo resultar em excesso | Produz conforme a demanda, mantendo estoques nivelados |
| Flexibilidade | Menor flexibilidade para mudanças na demanda | Maior capacidade de adaptação a variações do mercado |
| Risco de obsolescência | Maior risco devido a estoques não vendidos | Reduzido, pois a produção é alinhada com a demanda atual |
| Controle de produção | Utiliza sistemas como MRP (Planejamento das Necessidades de Materiais) | Utiliza sistemas como Supermercado para sinalizar a necessidade de produção |
Quais as vantagens e desvantagens da produção puxada?
Como vimos, a produção puxada é um sistema de gestão em que a fabricação é iniciada somente após a confirmação da demanda real dos clientes, evitando a formação de estoques desnecessários.
Vantagens da Produção Puxada:
- Atende melhor a demanda real do mercado.
- Trabalha com um mix produtivo mais equilibrado.
- Estoque dimensionado, evitando excesso e garantindo disponibilidade.
- Produção acionada por um ponto de disparo estrategicamente calculado.
Desvantagens da Produção Puxada:
- Pode reduzir, teoricamente, o volume total produzido devido ao aumento de setups.
- Exige maior controle de fluxo e dimensionamento adequado dos estoques intermediários.
- No entanto, a aplicação de melhorias nos tempos de processo, setup e fluxo produtivo pode compensar essa desvantagem, muitas vezes aumentando o volume produtivo em relação ao modelo empurrado.
A adoção da produção puxada deve ser cuidadosamente avaliada, considerando as características do mercado, a previsibilidade da demanda e a capacidade operacional da empresa. Embora ofereça benefícios significativos em termos de eficiência e redução de custos, é essencial estar atento aos desafios operacionais para garantir a satisfação dos clientes e a sustentabilidade do negócio.
Como vimos, a metodologia da produção puxada pode trazer benefícios consideráveis para as operações que a aplicam. Primeiro é preciso avaliar o chão de fábrica e a demanda atendida junto aos clientes. Assim, é possível escolher a melhor metodologia de produção e impulsionar resultados com eficiência de ponta a ponta. A produção puxada está diretamente ligada com as necessidades dos clientes, facilitando o acompanhamento de tendências pouco tempo depois de elas surgirem.
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